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Mercado Imobiliário de Escritórios na Europa – Guia & Perspetivas

  • Foto do escritor: Paulo Lemos
    Paulo Lemos
  • há 1 dia
  • 3 min de leitura

Recentemente foi divulgado um guia estratégico sobre o mercado imobiliário de escritórios na Europa (2025), que destaca as transformações profundas que esse segmento enfrenta à medida que modelos de trabalho híbrido, exigências ESG e ajustes macroeconómicos reorganizam a dinâmica de oferta, procura e investimento.


Panorama atual e desafios estruturais

O setor de escritórios europeus vive um momento de transição. Algumas das tendências mais marcantes:

  • Demanda fragmentada e seletiva: locais centrais, bem servidos de transporte e com certificações de sustentabilidade (energia, climatização, eficiência) continuam a atrair, enquanto edifícios secundários ou fora de eixos enfrentam vacância elevada.

  • Taxas de vacância elevadas: em alguns mercados secundários ou periféricos, escritórios menos qualificados enfrentam taxas de desocupação acima da média. O guia aponta que a taxa média de vacância em escritórios europeus estava em ~8,9 % no 1º trimestre de 2025.

  • Polarização de performance: escritórios “prime” registram crescimento de aluguel de 3 a 5 % ao ano, enquanto imóveis de menor qualidade tendem à estagnação ou queda.

  • Pressão ESG e retrofit: investimentos em eficiência energética, renovação, certificações ambientais e conformidade regulatória assumem papel central e são condição para retenção de locatários e valorização de ativos.

  • Seleção de capitais: investidores institucionais preferem estratégias “core-plus” ou “value-add”, com maior cautela nos deals e foco em ativos que já possuem atributos competitivos ou claro potencial de requalificação.


Fatores de risco e condicionantes

  1. Custo de financiamento e taxas de juro — ainda que haja sinais de moderação inflacionária, as taxas permanecem altas o suficiente para limitar alavancagem e aumentar exigência de retorno para operações arriscadas.

  2. Mudança comportamental no trabalho — o trabalho híbrido tende a permanecer, reduzindo densidade de ocupação e exigindo maior flexibilidade nos contratos, layout e serviços.

  3. Desvalorização de imóveis “obsoletos” — edifícios sem possibilidade de adaptação podem tornar-se “ativos zumbis” — difíceis de vender ou arrendar.

  4. Regulação e requisitos ambientais — novos regulamentos de retrofit, neutralidade carbónica e eficiência energética exigem investimentos elevados para adequação.

  5. Concentração regional — mercados centrais (Londres, Paris, Frankfurt, Amsterdã) tendem a absorver mais capital, enquanto regiões periféricas podem permanecer com dificuldades de liquidez.


Oportunidades e estratégias recomendadas

  • Seleção criteriosa de ativos: priorizar imóveis de primeira linha, bem localizados, com potencial de adaptação e certificações ESG já incorporadas ou com caminho claro de retrofit.

  • Reabilitação e requalificação: transformar edifícios antigos ou subutilizados em espaços híbridos, coworkings, “office-as-a-service” ou espaços de uso misto.

  • Estratégia de arrendamento flexível: contratos mais curtos, serviços extra (amenities, espaço colaborativo) e escalabilidade de espaço atendendo empresas com menor densidade fixa.

  • Parcerias público-privadas: governos podem incentivar requalificações com apoio fiscal, subsídios ou regimes de cofinanciamento para edifícios que cumpram metas verdes ou revitalização urbana.


Implicações para o mercado e investidores

Para investidores, o mercado de escritórios não é homogéneo: a seletividade será imperativa. Os ativos principais manterão apetite de mercado, enquanto os de menor qualidade correm o risco de se tornarem menos líquidos. A valorização futura dependerá cada vez mais da capacidade de incorporar sustentabilidade e flexibilidade.

Para promotores e operadores, a adaptação a tendências híbridas, oferta de serviços agregados e modularidade nos projetos serão diferenciais competitivos. Aproveitar incentivos governamentais e regulamentações verdes será essencial para manter o valor dos empreendimentos.

Para gestores de portfólio e fundos imobiliários, diversificação geográfica, foco em requalificação e estudo profundo de risco locatício e vacância deverão guiar decisões de aquisição e desinvestimento.


Conclusão

O guia sobre o mercado de escritórios europeus em 2025 revela que estamos em um ponto de inflexão: não basta mais possuir um imóvel bem localizado — é fundamental que ele seja adaptável, sustentável e alinhado às novas formas de trabalho. Para um blog especializado, essa matéria serve como alerta e guia estratégico para quem investe, gere ou opera no segmento de escritórios. Vale monitorar de perto relatórios de transações, vacância em mercados secundários e políticas públicas que possam incentivar retrofit e transformação urbana.


Fonte: Europe Office Real Estate Market Strategy Guide (Verified Market Research / OpenPR)



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