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Vendas de Casas em Portugal Pode Atingir 170 Mil Transações Imobiliárias: Volume Histórico

  • Redação Mudei e Agora
  • há 3 dias
  • 2 min de leitura
Casal feliz segurando uma chave

As previsões mais recentes apontam para que Portugal possa encerrar 2025 com cerca de 170 mil transações de habitação, um número elevado em termos históricos e revelador da resiliência do mercado imobiliário nacional. Apesar do contexto de taxas de juro mais elevadas e maior exigência no crédito, a procura manteve-se robusta, sustentada por vários factores estruturais.


Um dos principais motores deste volume é a procura interna acumulada. Durante anos, muitas famílias adiaram decisões de compra devido à instabilidade económica, pandemia e incerteza laboral. Com maior previsibilidade e adaptação às novas condições financeiras, parte dessa procura regressou ao mercado, mesmo com custos de financiamento mais elevados.


A este factor soma-se a procura internacional, que continua a desempenhar um papel relevante. Reformados europeus, investidores institucionais e compradores estrangeiros com maior poder de compra mantêm interesse em Portugal, sobretudo em zonas costeiras, Lisboa, Porto e Algarve. Esta procura contribui para sustentar volumes elevados de transações, ainda que concentre pressão sobre determinados segmentos.


Contudo, o elevado número de vendas esconde desafios importantes. O principal é a acessibilidade. O crescimento do volume de transações não se traduziu, necessariamente, em maior facilidade de acesso à habitação para a classe média. Pelo contrário, em muitos mercados, a rotação ocorre sobretudo entre investidores ou compradores com maior capacidade financeira.


Outro desafio é a disparidade regional. Enquanto algumas zonas registam intensa atividade, outras continuam marcadas por baixa liquidez e desvalorização relativa. Este desequilíbrio territorial levanta questões sobre planeamento urbano, mobilidade e políticas de incentivo à fixação de população fora dos grandes centros.


Para os profissionais do sector, o cenário exige maior sofisticação. Já não basta vender volume; é necessário compreender profundamente o perfil da procura, estruturar produtos adequados e antecipar riscos de sobreaquecimento local. Para os decisores públicos, o desafio passa por alinhar este dinamismo com políticas de habitação acessível e aumento de oferta.


Em síntese, atingir 170 mil transações é um sinal de força do mercado, mas também um alerta: sem reformas estruturais na oferta e no planeamento urbano, o volume por si só não resolverá o problema da habitação.



Fonte:Destak Imobiliária / análises de mercado residencial (Dezembro 2025)

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