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Tendências do Mercado Imobiliário em Portugal e na Europa para 2026: Um Novo Ciclo de Maturidade

  • Redação Mudei e Agora
  • há 3 dias
  • 2 min de leitura
computador e telemovel

O mercado imobiliário europeu entra em 2026 num novo ciclo, marcado por maior maturidade, seletividade e foco na sustentabilidade. Após uma década caracterizada por crescimento acelerado dos preços, liquidez abundante e forte pressão da procura, o setor enfrenta agora um contexto diferente, moldado por taxas de juro mais elevadas, maior regulação e mudanças estruturais na sociedade.

Na Europa, observa-se uma clara normalização dos mercados residenciais. O crescimento dos preços abrandou na maioria dos países e, em alguns casos, registaram-se correções pontuais. Este movimento não representa uma crise generalizada, mas sim um ajuste após anos de valorização acima do crescimento dos rendimentos das famílias.

Portugal segue esta tendência, mas com especificidades próprias. A procura continua relativamente robusta, sustentada por fatores demográficos, imigração qualificada e atratividade internacional. No entanto, a acessibilidade à habitação tornou-se um dos principais desafios económicos e sociais do país, forçando uma maior intervenção pública e novas abordagens de política habitacional.

Uma das grandes tendências para 2026 é a centralidade da habitação acessível. Governos, municípios e investidores institucionais estão cada vez mais envolvidos em modelos de parceria público-privada, incentivos fiscais e projetos de arrendamento acessível. O objetivo é aumentar a oferta sem comprometer a viabilidade económica dos projetos.

Outro eixo fundamental é o ESG, que se consolida como pilar estruturante do investimento imobiliário. A eficiência energética, a redução da pegada carbónica e o impacto social dos projetos passaram a influenciar diretamente o valor dos ativos e o acesso a financiamento. Bancos e fundos privilegiam projetos alinhados com a taxonomia europeia e metas climáticas.

digitalização é outra tendência relevante. Ferramentas de proptech, análise de dados, automação de processos e inteligência artificial estão a transformar a forma como os ativos são geridos, avaliados e comercializados. Esta evolução aumenta a eficiência operacional e melhora a tomada de decisão.

No imobiliário comercial, a seletividade continuará a aumentar. Logística, saúde, residências sénior e ativos híbridos ganham protagonismo, enquanto segmentos tradicionais enfrentam maior escrutínio. No residencial, o foco desloca-se para projetos bem localizados, energeticamente eficientes e adaptados a novas formas de viver e trabalhar.

Para Portugal, o desafio será transformar crescimento em sustentabilidade. O país parte de uma posição favorável, mas o sucesso dependerá da capacidade de alinhar investimento privado, políticas públicas e inovação. Se bem executadas, estas tendências podem conduzir a um mercado imobiliário mais equilibrado, resiliente e socialmente responsável.

Fonte:Vida Económica / análises sectoriais do mercado imobiliário europeu (Dezembro 2025)

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